Global Insight # 2

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“Eu não entendo as pessoas por aqui. Olho para todos os terraços e restaurantes. Como as pessoas vivem aqui?”

Estamos no bairro de Copacabana. Imagine Manhattan na praia. As pessoas andam de pés descalços em um centro comercial. O em torno do almoço é a melhor hora do bairro. A praia ensolarada as pessoas seminuas, casais que se beijam ternamente na avenida. E os restaurantes cheios de pessoas bonitas comendo e sorrindo. Não há queixas sobre a crise porque não há nenhuma crise aqui. Mesmo os moradores da favela hoje têm um cartão de crédito. O meu convidado da Holanda se surpreendeu. “Eu sempre pensei que o Brasil era um país do terceiro mundo?”

Almoçamos com a minha amiga brasileira Gloria. Ela tem um salão de beleza (…) Ontem o último cliente saiu as dez horas da noite. Há mulheres que fazem as unhas duas vezes por semana. No sábado, a cada hora eu tenho depilação para fazer. (…)

O Brasil já ultrapassou a Grã-Bretanha e é agora a quinta economia mundial. Todos os dias há dezenove novos milionários. E mais: O Brasil compra os melhores jogadores do exterior, como recentemente Clarence Seedorf. Aqui se está ganhando mais do que na Europa.

Mas as meninas do salão de beleza do trabalho da Glória ganham menos de trezentos euros por mês. A educação e a saúde são de chorar. Ao menos que se tenha dinheiro para as escolas privadas e clínicas de saúde. A sobrinha da minha babá brasileira tem doze anos, mas se parece com uma criança de oito anos. E não tente especialmente falar Inglês com ela. Será apenas ‘sim’ e ‘não’.

Para o nosso simples almoço pagamos mais de cem euros, mas Gloria já retirou seu cartão de crédito. De qualquer maneira ela vai com a nova tendência no Brasil: tudo a crédito. Quer se trate de passagens aéreas, um carro ou uma televisão: você pode pagar em parcelas, cada mês um pouco. Parece uma questão de tempo antes de todo colapso. Gloria não quer pensar. “Nós não tivemos uma deliciosa refeição? E o sol brilha. Venha, vamos caminhar ao longo da avenida. E aproveitar a vida.”